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domingo, 26 de junho de 2011

PROJECTO: "PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA SOCIEDADE"

O objectivo deste projecto (que denominamos de finalidade, pois indica a razão de ser deste projecto) é "Favorecer a participação democrática e consciente das mulheres no seio da sociedade da qual fazem parte".

Para a sua prossecução é crucial o encadeamento das seguintes fases:

DIAGNÓSTICO - necessita de uma boa preparação teórica e um modelo cientificamente sedimentado (referências teóricas) que implique o conhecimento da realidade a que nos propomos intervir.

PLANIFICAÇÃO - Elaboração de um plano de acção especificando os objectivos, as actividades, a metodologia, os instrumentos, os recursos e a avaliação. Planeamento continuado que após o diagnóstico deverá definir prioridades, fixar objectivos, decidir estratégias, elaborar programas e projectos e preparar a execução (Aplicação)

APLICAÇÃO - Execução da programação de uma forma sequencial através do desenvolvimento, acompanhamento e controlo.

Na fase de Diagnóstico foi feita uma caracterização para o conhecimento da realidade social, económica e cultural do meio envolvente, bem como da população sobre a qual incidiria o projecto (população-alvo). A informação disponível é indispensável para uma interpretação e conhecimento quanto possível da comunidade. Destas duas caracterizações destacamos a situação geográfica e a realidade económica da povoação, bem como das destinatárias do projecto que resumidamente se caracterizam por:

• Donas de casa com um trabalho não valorizado;
• Idade compreendida, maioritariamente, entre os 34 e os 45 anos;
• Dependência económica do marido;
• Constante dedicação aos filhos;
• Afastamento do mundo social e público;
• Fraca ligação e identificação com o bairro;
• Tempo livre não aproveitado ou utilizado.

Na fase de Planificação após conhecimento do diagnóstico foram traçados os Objectivos Gerais e Específicos directamente relacionados com a análise das necessidades.

Os Gerais mais englobantes:

• Criar espaços de formação e desenvolvimento pessoal;
• Melhorar os sentimentos de auto-estima;
• Educar na tolerância, na solidariedade e no pluralismo;
• Educar para o tempo livre e para o lazer criativo;
• Contribuir para que o maior número de mulheres participe.

Os Específicos mais concretos, precisos, claros e acessíveis:

• Alargar os seus centros de interesse;
• Aumentar o seu círculo de amizades;
• Inter-relacionar mulheres de diferentes bairros;
• Consciencializar que a Associação é um lugar para todos;
• Fomentar a participação;
• Promover a autonomia.

A Metodologia utilizada foi adapatada às necessidades de corresponderem aos interesses das mulheres, no que diz respeito ao seu tempo disponivel, ao relacionamento comum, com o intuito de fomentar e respeitar a dignidade humana.

Actividades
As actividades decorreram dos objectivos, meios e estratégias propostos e são a sua forma de operacionalização. O seu plano deve ter em conta as seguintes questões:

• O que deve ser feito?
• Porque é que deve ser feito?
• Onde deve ser feito?
• Quando deve ser feito?
• Como deve ser feito?
• Quem é responsável pela sua concretização?

Neste contexto foram propostos diferentes ateliers para ocupação de tempos livres, que com a parceria (colaboração) das Associações de Donas de Casa abrangeram as seguintes actividades: Ginástica de manutenção, Trabalhos manuais e Corte e Confecção.

Foram planificadas as actividades correspondentes aos ateliers e respectiva metodologia.

A avaliação correspondente deveria ter em conta a assistência, sua procedência, número e características. Número de actividades participadas, satisfação e independência.

Festas comuns que favorecessem a participação na organização dos eventos, a amizade e a consciência de grupo. Tertúlia como meio de apoio aos ateliers, aprofundando temas informativos adequados à situação do público-alvo, utilizando como metodologia as dinâmicas de grupo e a Colaboração das donas de casa nas festas do bairro como incentivo à intervenção.

O Plano de Actividades deve ter sempre em consideração os respectivos recursos: Pessoais, Materiais e Financeiros.

Recursos do Projecto

Pessoais - Um Animador Sócio-cultural e três Monitores: Ginástica, Trabalhos Manuais e Corte e Confecção.
Materiais - Pavilhão polidesportivo e diversos materiais destinados às respectivas actividades.
Financeiros - Recursos monetários.

APLICAÇÃO
Implicou a execução de toda a programação atrás estabelecida que no nosso entender deveria estar reflectida num Cronograma

Desenvolvimento do Programa
A execução da programação referida resultou, numa breve apreciação, de uma procura superior à oferta no que diz respeito aos ateliers, sendo as suas participantes, na maioria, sido donas de casa, média 40 anos e cujo intervalo de idade dos filhos se situava entre 10 e 15 anos. Após a obtenção dos resultados de um inquérito constatou-se um aumento da auto-estima e satisfação pessoal, bem como a valorização das amizades.
Em contraste com estes resultados temos as tertúlias que se saldaram por uma fraca participação, pouca disciplina na comunicação e desrespeito pelas participações das colegas, não correspondendo às expectativas.
No que concerne às festas constatou-se uma colaboração das mulheres na execução dos trabalhos atempadamente, na selecção de trabalhos, decoração, turnos de presença e na inauguração e encerramento.
Dificuldades acrescidas pela falta de pessoal, contratos laborais precários, burocracia, parceria com um grau de dependencia e não de colaboração e desconhecimento da realidade económica. (Estas dificuldades refletem, em nosso entender, um diagnóstico e planificação deficientes)

AVALIAÇÃO
A preparação da avaliação é uma etapa do processo de planeamento. Pretende-se fazer acompanhar o Projecto de mecanismos de auto-controlo que permitam conhecer os resultados e os seus efeitos de forma a permitir uma correcção durante o seu percurso caso provoquem efeitos indesejáveis. Neste projecto a proposta vai no sentido de avaliar o decorrer de todas as fases.

Recolha de dados
Dificuldades de informação referente aos bairros em questão, inexistência de censo por idades inviabilizando a obtenção do número de mulheres para as quais era dirigido o Projecto. A avaliação diagnóstica (ex-ante) ficou fragilizada dado que não proporcionou dados ou elementos que permitissem uma implementação correcta.

Análise da situação
Probabilidade de uma visão parcial dado que a bibliografia existente foi escassa (apenas um livro). Visão reduzida que pode ter conduzido a uma interpretação errada de alguns factos.

Programação
Inadequação da actividade referente às tertúlias ao público-alvo. Decorre, no nosso entender de uma má interpretação do diagnóstico, diremos mesmo desconhecimento do nivel cultural e cívico do público. Ausência de uma análise completa aos interesses das donas de casa. O planeamento de um projecto deve ter sempre em conta a "participação da população", pois de nada vale esboçar um projecto se este conduz à não participação daqueles a quem supostamente se deverá dirigir. O projecto social só terá sentido se o mesmo fôr participado.

Funcionamento
Má planificação na programação das tertúlias: datas imprecisas, pouco publicitadas, deficiente dinâmica de participação. No que diz respeito à actividade das festas preparação insuficiente. Má elaboração do Plano no que concerne às prioridades (tertúlias) que realçam o mau diagnóstico ou pelo menos pouco aprofundado referente às necessidades e problemas existentes.

AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS
Como pontos positivos salientamos a valorização da ginástica, aumento da auto-estima, descobrindo capacidades adormecidas, em contra ponto com a elaboração de um fraco diagnóstico, imprecisa definição de prioridades, má organização e condução de actividades, participação insuficiente da população o que pressupunha uma reformulação de todo o planeamento: diagnóstico da situação, definição de prioridades, objectivos, estratégias, elaboração de programas e preparação para a execução.

Fonte: SERRANO, Gloria Pérez; "Elaboração de Projectos Sociais - Casos Práticos"; Porto; Porto Editora; 2008

terça-feira, 7 de junho de 2011

AVALIAÇÃO

Avaliação:
"É um conjunto de actividades que servem para emitir um juízo, fazer uma ponderação ou medir "algo"". Ander-Egg (recurso caderno do docente)

A avaliação não é sinónimo de "classificação" devendo cumprir outros objectivos; não é só a certificação de resultados alcançados devendo cumprir outras funções. Não é só o controlo dos intervenientes devendo atender a outras dimensões. A avaliação não deve limitar-se a padronizar os avaliados. Em Educação socioprofissional a avaliação não se realiza só no final do processo, devendo realiuzar-se em outros momentos.

No processo de avaliação, para Rivière devemos ter em conta:

  • Quem avalia
Vários agentes o podem fazer: o animador, os administradores, os responsáveis pelos diferentes órgãos, como as associações, etc. Existem vários níveis de decisão e o ponto de entrada no sistema avaliativo é a decisão subsequente e quem a toma.

  • O que avaliar
O objecto de avaliação pode ser enconrtado entre uma multiplicidade de aspectos. Está contido em diferentes níveis de decisão:

- nível do animador/Educador;

- nível dos intervenientes;

- nível do projecto;

- nível da instituição

  • Como se avalia
Sobre os meios, os processos e as técnicas de avaliação existem formas de obtenção e captação de dados, desde o questionário ao registo vídeo, passando pela entrevista, testes padronizados e fichas de observação.
  • Quando se avalia
Diz respeito à inserção de acção avaliativa no processo sociocultural. Usualmente refere-se à avaliação inicial, avaliação final, avaliação do processo, seja contínua ou pontual, como os momentos de avaliação.

  • Porquê avaliar
O porque de se avaliar encerra uma série de paradigmas relacionados com a própria avaliação, o que está em causa são as justificações filosóficas que guiam e estão subjacentes às acções avaliativas.

  • Para que se avalia
Está relacionado com as funções de avaliação, admite-se que as decisões avaliativas cumpram 4 funções:

- Diagnóstica

- Prognóstica

- Formativa

- Sumativa

ESQUEMA:

TRABALHO DE PROJECTO

Trabalho Projecto (questões de partida)

O QUE É?

Para Lempereur é um metodo de trabalho que requer a participação de cada um dos membros do grupo, segundo as suas capacidades, com o objectivo de realizar um trabalho conjunto, decidido, planificado e organizado de comum acordo.
O trabalho é orientado para a resolução de um problema e deve obdecer a certas caracteristicas:
  • ser considerado importante e real para cada um;
  • ser profissionalmente importante e permitir novas aprendizagens;
  • para ser resolvido deve ter em consideração a sociedade em que os alunos se inserem.

Segundo Milice Ribeiro dos Santos (2000), o trabalho de Projecto desenvolve-se nas seguintes fases:

1- Identificação do Problema
2- Identificação e escultura dos problemas parcelares
3- Constituição dos grupos de trabalho
4- Planificação do Trabalho
5- Trabalho de Campo
6- Dinâmica de teorização e pesquisa no terreno
7- Produção de registos e apresentação do grande grupo
8- Critica avaliativa dos trabalhos de grupo
9- Globalização
10- Avaliação do Trabalho de Projecto

PARA QUÊ?
  • para praticar competências sociais, tais como: comunicação, trabalho em equipa, gestão de conflitos, tomada de decisões, e a avaliação dos processos;
  • para aprender fazendo, para ligar a teoria à prática, para fazer interdisciplinariedade;
  • para realizar aprendizagens e desenvolver as múltiplas capacidades dos alunos;
  • para aprender a resolver problemas, partindo das situações e dos recursos existentes.

PARA QUEM?
  • acha que é possivel conseguir melhor;
  • quem gosta de se divertir a trabalhar;
  • gosta de se deixar surpreender pelos alunos;
  • quem tem prática de animação de grupos;

DE ONDE VEIO ESTA IDEIA?

Movimento da educação progressista, associado ao pensamento de John Dewey (1859-1952). Este movimento defende:
  • o experimentalismo;
  • apelo aos interesses dos alunos;
  • preocupação em ligar a educação a objectivos pragmáticos e práticos;
  • reconhecimento de diferentes individuais no ritmo de aprendizagem.

O NOME E AS PRÁTICAS:

William Kilpatrick, 1814, teorizou o conceito de projecto que procura integrar a intencionalidade da acção, o empenhamento pessoal na sua realização e a sua inserção num contexto social.

Kilpatrick diria que:
"a ideia unificadora encontra-se numa actividade intencional, feita com todo o coração e desenvolvendo-se num contexto social."
Para o professor deves ser uma opção de realização pessoal, não uma moda pedagógica, para os alunos o projecto é deles e torna-se deles. É um espaço de expressão das suas curiosidades, conhecimentos e desejos.

PROBLEMAS E PROJECTOS
Num projecto tem-se como objectivo criar qualquer coisa que tem uma função precisa. O projecto dá-nos mais liberdade que a resolução de um problema. Ao fazer de um problema um projecto tomam-se algumas decisões educativas, optando:

1. pela possibilidade de obter várias respostas
2. pela implicação dos actores
3. pela procura da intencionalidade e de um sentido das práticas pedagógicas que podem extravasar do domínio escolar

O trabalho de projecto é pois, uma metodologia investigativa centrada na resolução de problemas. Estes deverão ser pertinentes para quem gosta de resolvê-los, deverão constituir uma ocasião para novas aprendizagens e ter uma ligação à sociedade na qual os alunos vivem.
Trata-se de uma aprendizagem - acção, no qual o processo pode ser tanto menos ou mais importante do que o produto.

PORQUÊ O PROJECTO AGORA?
Do ponto de vista sociológico tem-se verificado uma tendência para transferir para a escola funções de socialização. Considera-se que a escola é um contexto de desenvolvimento humano. A metodologia de trabalho de projecto dada a sua inserção no social favorece não só as aprendizagens, mas também a cooperação, responsabilização e participação na vida social.
Trabalho de projecto e o desenvolvimento dos alunos.
  • Potencialidade em termos de desenvolvimento intelectual, afectivo e social;
  • Desencadeia um processo de dinamização e interacção se diversos dominios de actividades;
  •  Insere deliberadamente as aprendizagens escolares num contexto social, a pedagogia do projecto cria as condições para uma certa qualidade ética de conduta;
Para nós educadores, a metodologia do trabalho de projecto afirma que a educação é considerada ela própria como vida e não para a vida.

Fonte: Recurso aos dados fornecidos pelo docente