No contexto da vida política, económica e social que Portugal atravessa é pertinente reflectirmos no eventual papel da Educação Socioprofissional, pois as duas vertentes que aglutinam o seu significado – social e profissional – nunca estiveram tão interligados e necessitados de uma interacção de influência mútua.
As mudanças emergentes das crises, onde se revelam não só defeitos mas também virtudes, será o momento para uma das primeiras tarefas de Educador Socioprofissional eliminando ou minimizando as incorrecções detectadas e potenciando as faculdades dos dois campos que se “entrecruzam”: o social e o profissional.
Interrogamo-nos: a debilitação do Estado reduz a possibilidade da intervenção da Educação Socioprofissional? Ou aguça o engenho dos Educadores Socioprofissionais para prospectivarem mecanismos, ideias, projectos que os coloquem no âmago de uma discussão transdisciplinar em que os contributos da sociologia, psicologia social, história, antropologia, educação, ética e pedagogia social serão o complemento teórico para a prossecução da defesa contra a agudização de fenómenos de precariedade, desemprego, tensões sociais e de exclusão. Será que a Educação Socioprofissional e por inerência o Educador (ESP) pode prospectivar uma inovação social? Não existindo um modelo ideal para a resolução dos problemas sociais importa encontrar as adequadas respostas que compelem para a execução da tarefa centrada no binário “entrecruzado”, social/profissional que identifica a Educação Socioprofissional e em particular o Educador Socioprofissional (ESP) como elemento de desenvolvimento e mudança.
A indefinição do futuro e as permanentes mudanças tornam sempre iminentes as questões sociais emanadas do reflexo da situação política, económica e social enquadrando o Educador Socioprofissional num campo flutuante próprio das profissões ligadas ao trabalho social. O adjectivo social, dada a sua diversidade e complexidade permitem diversas opções e abordagens, quer a nível individual quer a nível interdisciplinar.
O adjectivo “profissional” é inerente à sua condição de educação para a inserção no mundo do trabalho, à abordagem dos aspectos socioprofissionais negativos que conduzem a ruptura social e ao domínio da educação ao longo da vida num continuum do ciclo da vida.
Longo caminho a percorrer!
